O evento estreia dia 17 de julho e é inspirado em Carlos Lamarca e Iara Iavelberg

A população brasileira enfrentou momentos nebulosos durante a ditadura militar (1964-1985). Cantores, veículos de comunicação, artistas em geral, políticos e cidadãos comuns foram reprimidos e punidos ao expressar qualquer opinião contrária ao governo.

Passados 35 anos, as marcas daquela época ainda são lembradas. Para homenagear os que lutaram contra o governo ao defender a democracia, a Cia Carne Agonizante apresenta o espetáculo de dança MR-8, inspirado em um dos casais mais perseguidos pelo regime militar, Carlos Lamarca e Iara Iavelberg. A performance conta com a direção de Sandro Borelli, e a temporada é de 17 a 20 de julho, com transmissão na plataforma Zoom, às 20h.

A peça visa transformar em gestos e movimentos a trajetória revolucionária de Lamarca e Iara, mesclando entre delicadeza e intensidade, violência e tortura. Para alguns, Carlos Lamarca foi um herói na reestruturação da democracia, para outros, um traidor das forças armadas brasileira. O guerrilheiro foi assassinado em 1971, no interior da Bahia. Na versão dos militares, Iara cometeu suicídio quando se viu impossibilitada de fugir durante um cerco militar.

Para ilustrar esse período do Brasil, O Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), um dos maiores grupos de guerrilha urbana que lutaram contra o poder dos militares, foi encenado em espetáculo adaptado durante o distanciamento social e, de acordo com Borelli, a formulação para plataforma virtual exigiu uma muita intensidade. “Foi um modo diferente de construção de dança. Tivemos que criar outros dispositivos criativos. Confesso que gerou uma angústia estranha. Uma dança que foi arrancada do útero da cena”, afirma. 

O espetáculo conta com a participação dos intérpretes-criadores Alex Merino, Rafael Carrion e Renata Aspesi. “Foi grande o desafio ao iniciar uma criação em um momento tão conturbado. Fazer o trabalho em isolamento social implicou em diversas dificuldades técnicas, que envolvia toda a tecnologia que mediava nossos encontros. Então, fomos encontrando novas maneiras de trabalhar. Gosto muito do que está sendo produzido e acho que reflete bastante em relação aos objetivos do grupo e também sobre o momento atual, que interfere de uma maneira muito incisiva na nossa forma de trabalho e corporeidade”, comenta Carrion.

Serviço: 

Apresentações: 17 a 21 de julho, às 20h, pela Plataforma Zoom.

Os ingressos podem ser reservados gratuitamente pelo Sympla – 

https://www.sympla.com.br/espetaculo-de-danca—mr-8__902872

Classificação Indicativa – 16 anos

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Matraca Cultural

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