Texto: Ivi Pioto

Depois de dois longos anos de espera, Game of Thrones voltou para animar (ou não) nossos domingos. O Matraca Cultural acompanhou a première em grande estilo graças à Samsung, que levou jornalistas ao cinema <3

A season finale começou dividindo opiniões de internautas. Apesar de muitos diálogos e somente uma morte (atípico para a série), o primeiro episódio foi menos devagar do que premières de outras temporadas. Com encontros memoráveis, revelações mais do que aguardadas e um romance que poderia ter tomado menos tempo de tela, o ritmo do primeiro episódio deixou claro que os fãs terão boas cenas pela frente.

Com seis capítulos para terminar a complicada saga criada por George R.R. Martin, não era para menos. Fillers à parte, o capítulo foi bom, mas a série terá que melhorar se quiser entregar tudo que prometeu.

Aqui vai aquele disclaimer básico: se você não assistiu o capítulo (ou a série), daqui para a frente spoilers are coming.

O começo do fim

O capítulo começou em bom estilo, com a imponente chegada de Daenerys e Jon Snow acompanhados do gigantesco exército de Imaculados, de seus Dothraki e dos famigerados dragões sobrevoando Winterfell. A sacada da direção de mostrar essa chegada do ponto de vista de uma criança local deu um toque muito interessante à cena, mostrando a grandiosidade desse momento histórico, tanto para os nortenhos quanto para os estrangeiros. Também lembramos que, da última vez que um exército entrou pelos portões de Winterfell, era o pequeno Bran que escalava árvores e muros para ver a chegada da caravana.

Enquanto Arya está empolgadíssima com o iminente encontro com Jon Snow, Sansa não parece tão feliz. A protetora do Norte dá sinais claros logo de cara que não gostou nada da decisão do irmão (ou primo) de se ajoelhar à Daenerys. Ela não é a única a desaprová-la, Lyanna Mormont também mostra seu descontentamento. Aparentemente esse acontecimento será um dos conflitos da temporada.

De um lado temos Jon Snow, que age movido por paixão e honra (o nome desse tipo de personagem é “chaotic good”, dêem uma olhada), sem pensar em concessões típicas de um cenário político. De outro, Sansa, que tirou proveito das péssimas companhias que teve em sua jornada, como Cersei, Mindinho, Olena e Ramsey, e aprendeu a ser fria, calculista e estrategista. Ela parece ser a única preocupada com questões reais, dignas de uma governante, como a logística de guerra e a tarefa de alimentar um exército e dois dragões. O crescimento da personagem – de garota romântica cujo desejo era casar com o príncipe a uma mulher forte e um dos peões mais importantes da guerra – é o mais consistente da série, e a Stark é uma forte candidata ao Trono de Ferro. Isso não vai agradar nada a Mãe dos Dragões, que está buscando o trono desde a primeira temporada, e a tensão entre Sansa e Daenerys também promete dar o tom dos próximos capítulos. Do lado de quem será que fica Jon Snow?

Reencontros Memoráveis e revelações avassaladoras

Reencontros ilustres trouxeram algumas lágrimas aos olhos e memórias distantes de quando as jornadas de alguns personagens se cruzaram pela última vez. Além de Arya e o Cão, que mostram respeito mútuo, Sansa e Tyrion, que já foram casados, e Sir Jorah e Sam, vimos também o reencontro dos irmãos Stark.

O mais marcante deles entre Arya e Jon. A última vez que se viram foi ali mesmo, em Winterfell, e desde então Arya já roubou uns rostos por aí e Jon Snow lutou com zumbis, escalou a muralha e voltou da morte. Imagina a hora que esses dois sentarem para conversar? Momentos engraçados acompanham a cena, como a pergunta ingênua de Jon se Arya já usou a Agulha, espada que ele lhe deu de presente.

Já a conversa de Jon e Bran foi um pouco estranha. Aliás, o personagem do garoto que virou o corvo de três olhos poderia ganhar o prêmio de mais constrangedor. A tentativa de deixar Bran com um ar de oráculo não funcionou, e o menino só passa por esquisitão, mesmo.

Ao decorrer do capítulo, Bran – que aparentemente gosta bastante de ficar ao ar livre na neve – declara estar esperando um “velho amigo” que é revelado, no final do episódio, ser Jaime Lannister. Não consegui desenvolver uma teoria que encaixe esse fato satisfatoriamente na história. E vocês?

R+L=J

Não diria que Jon Snow não sabe nada, mas sim que ele é o último a descobrir as coisas. Finalmente ele recebeu a informação que todos já tinham: ele é filho de Lyanna e Rhaegar e herdeiro legítimo do Trono de Ferro.

Como a história vai seguir depois dessa revelação é difícil dizer. A aposta maior é que Jon vai dar com a língua nos dentes e contar tudo para Daenerys (bem a estilo Ned Stark), e então, como será que a Nascida da Tormenta vai reagir? Lembrem que ela fez um discurso bem ameaçador sobre traidores. Será que ela considera isso uma traição? E Jon Snow, coitado, está insistentemente tentando negar a coroa, mas a bendita vive caindo no colo dele. Será que ele aceita agora? ANSIOSOS.

Romance

Vamos lá. Tudo bem que romance é legal, é interessante que um bastardo e uma exilada se juntem. Ambos são líderes. Tinha tudo para dar certo. Mas a falta de tempo para construir um romance que convença acabou transformando o casal JONERYS naqueles adolescentes que vemos no shopping que ficam falando com vozinha de nenê e irritam muito, sabe?

Tudo que envolve os dois é forçado e está transparecendo ao público. Outra coisa que enfureceu os fãs foi o convite à la “Como treinar seu dragão” de Dany. Primeiro, como Daenerys não sabe que Jon Snow tem sangue Targaryen – que são os únicos que podem montar dragões – seu convite é absurdo. Segundo, Jon consegue montar Rhaegel e a rainha sequer suspeita que tem algo estranho. “Nossa, um bastardo do Norte montou uma criatura que só obedece quem tem sangue Targaryen, mas tudo bem, porque não”. ESTAMOS DE OLHO. E terceiro, Daenerys acaba de receber a informação que seus filhos, os dragões, não estão comendo o suficiente. Ela então faz o que qualquer mãe faria: coloca um cara estranho para montar um deles e sai voando por aí, gastando energia desnecessária. E eles vão bem longe dali porque, afinal, está tudo bem tranquilo em Winterfell, né? #SQN

Enfim. A esperança é que esse soft porn dos dois sirva para ser mais impactante o momento em que eles se traírem.

(Deu para perceber que eu não shippo esse casal)

Profecias e teorias

Eu adoro profecias. Principalmente porque elas são a força motora de teorias malucas.

Por mais que pareça que Jon Snow e Daenerys Targaryen serão o Príncipe Prometido e sua amada sacrificada, a teoria que eu mais gosto é a que aponta Jaime Lannister como Azor Ahai, fazendo de Cersei sua Nissa Nissa. Muita gente já comentou sobre o fato da Jaime ter a mão de ouro, que lhe segurar a Luminífera, espada que pega fogo. Ainda, se assim for, Jaime seria o assassino de Cersei, cumprindo outra profecia da série.

Seja quem for, Westeros está precisando urgentemente desse príncipe. Afinal, os Caminhantes Brancos parecem que chegam em Winterfell no próximo episódio, e eles têm um dragão. Qual será o objetivo do Rei da Noite e seu exército? Cersei vai mesmo ajudar o Norte, ou está tramando mais uma?

E porquê símbolo do exército de mortos-vivos assemelha-se com brasão da Casa Targaryen? É uma pena que são poucos episódios pela frente e, talvez, não dê tempo de desenrolar todas essas histórias.

Mas, não acompanhar não é uma opção, mesmo que você amar ou odiar a linha que segue a narrativa iniciada por George RR Martin. A série é uma das melhores produções da televisão e esperamos que, pelo menos algumas profecias sejam cumpridas.

A convite do Matraca Cultural, a comunicadora Ivi Pioto, fã de Game of Thrones e cultura nerd, cobriu o evento da Samsung dedicado ao primeiro da nova temporada de GOT.

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