Texto: Victor Coelho

O Summer Breeze Open Air é um dos festivais mais tradicionais da Alemanha e acontece desde 1997, tamanho é o sucesso do Summer Breeze que o festival atravessou o oceano e o Brasil recebeu sua primeira edição no final de semana dos dias 29 e 30 de abril de 2023. Ao todo foram mais de 30 bandas que se apresentaram em 4 palcos em São Paulo, no Memorial da América Latina, com quase 30 horas de programação para todos os gostos de fãs de música pesada. 

O local escolhido é o ponto de partida que gostaria de comentar neste texto, o Memorial da América Latina, com quase 85 mil m² acabou sendo um grande acerto por parte da produção do festival, pois além de ser super bem localizado e de fácil acesso para o público que utilizasse transporte público (a estação de metrô Barra Funda fica ao lado), além de ter diversas avenidas em volta facilitando para quem veio de carro, moto, ônibus ou transporte de aplicativo.

A diversidade musical foi um dos pontos fortes do Summer Breeze Brasil. O line-up apresentou uma combinação de estilos, desde o trash metal do Sepultura, Kreator e Testament, o hard rock do Skid Row e H.E.A.T, o power metal do Blind Guardian, Avantasia e Stratovarius, o grunge do Stone Temple Pilots, pelo heavy metal do Grave Digger e Accept, e até o som mais extremo do Krisium, Lamb of God e Napalm Death. Com artistas nacionais e internacionais de renome, o festival proporcionou uma viagem sonora que agradou a todos os gostos, sobretudo os fãs que buscavam assistir a shows de artistas que normalmente acabam sendo esquecidos por grandes festivais por não serem considerados como principais headliners. 

Outro ponto positivo foi a distribuição dos palcos, garantindo que o público pudesse aproveitar ao máximo cada apresentação. Os palcos ao todo foram divididos em quatro, sendo eles: Ice e Hot, os principais, com maiores estruturas e três telões ao todo, Sun, um palco mais alternativo, com uma estrutura menor e sem a disposição de telões e para acessá-lo era preciso cruzar uma ponte que interligava o evento, e por fim, mas não menos importante, o palco Waves, exclusivo para quem comprou a pulseira Lounge, que aconteceu no auditório Simón Bolívar, recebendo diversas apresentações musicais ao longo dos dois dias de festival, além de também palestras de Bruce Dickinson (Iron Maiden), Simone Simons (Epica) e a transmissão do segundo episódio do documentário “Andre Matos – Maestro do Rock”.

Além dos palcos, o festival também contou com um espaço destinado a uma espécie de feira geek, com venda de produtos como camisetas e moletons de bandas, séries e filmes, quadrinhos, até uma sala do terror que fazia um barulho de uma serra elétrica aterrorizante. Para a alimentação era possível comer algumas coisas nesse espaço, nos food trucks dispostos pelo evento, ou na praça de alimentação. Para quem adquiriu o lounge pass, ainda tinha disponível um espaço privilegiado com comida e bebida (inclusive com as conversas que tive ao longo do evento, esse passe valeu bastante a pena, pois disseram que a refeição distribuída no Summer Lounge durante o evento inteiro era digna de hotel, além de bebidas como drinks com Jack Daniels, além de cervejas, água, refrigerante e drinks alcoólicos de todos os tipos, inclusos no preço).

Um dos poucos pontos mais críticos do Summer Breeze Brasil foi a passarela do Memorial da América Latina. Pois os dois principais palcos ficavam de um lado e os outros dois, no lado oposto e para assistí-los era preciso cruzar uma passarela, que sempre estava lotada de pessoas caminhando por lados opostos, pois os shows aconteciam em horários muito próximos ao término de outras bandas. Esse percurso feito na passarela, infelizmente fez com que o público vez ou outra perdesse o início de alguns dos shows desejados, ou tivesse que abandonar um show anterior de modo a prestigiar outro artista desde o começo da apresentação. 

Outro ponto seria o ajuste do som. Em diversos shows foi possível notar que o som estava muito baixo para quem o assistia na frente, mas se você fosse para o fundo ouvia com mais clareza. No show do Winery Dogs, por exemplo, foi possível ouvir a guitarra e a inconfundível voz do Richie Kotzen apenas após a quarta música. Por outro lado, pessoas comentaram nas redes sociais que era possível escutar o som alto do Summer Breeze de dentro dos trens da estação de metrô Palmeiras Barra-Funda.

O Summer Breeze Brasil adotou o sistema cashless, ou seja, não aceitavam dinheiro físico, você tinha que pagar R$ 7 por um cartão do festival, carregar nos caixas com seu cartão de crédito e utilizar esse saldo nas barracas, e no fim poderia trocar o valor do cartão por uma água na saída. Eu acabei não encontrando ninguém para efetuar essa troca. Infelizmente, voltei com ele para casa. 

A respeito dos preços no festival, eu diria que estava dentro da normalidade de um evento desse porte, em São Paulo. Cachorro-quente a R$ 22, hambúrguer custando entre R$ 35 e R$ 45, água a R$ 7, refrigerante a R$ 10, cerveja (Beck’s e Heineken) ambas a R$ 15. Para quem buscava uma lembrança em formato de camiseta, blusa, teria que investir um pouco mais. As camisetas oficiais do festival custavam a partir de R$ 140, com modelos podendo chegar em R$ 240, o moletom R$ 300, e as opções mais em conta do merchandise oficial eram os cordões que custavam R$ 25, par de meias R$ 70, bandana R$ 80, touca R$ 100 e bonés R$ 130.

Próximo texto: O que você perdeu na primeira edição do Summer Breeze Brasil?

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