Além dos judeus, muitos homossexuais também foram perseguidos e mortos durante o nazismo. Na época, quem detinha um triângulo rosa na vestimenta, o qual indicava sua condição sexual, era massacrado pelos guardas da SS e humilhado pelos demais presos. Este é o pano de fundo do espetáculo de dança Bent – O Canto Preso, adaptação coreográfica do texto teatral Bent, de Martin Sherman, em cartaz no Kasulo Espaço de Arte até o dia 3 de agosto. As apresentações são gratuitas e acontecem de quinta a domingo.

Dirigida por Sandro Borelli, a montagem conta a história de um homem perseguido por ser homossexual que, para amenizar os abusos e horrores aos quais era submetido no campo de concentração, se fez passar por judeu. Porém, em meio a todo medo e opressão, ele se apaixona por um homem de quem se torna amigo e amante, o qual exibe com orgulho seu triângulo nas vestes.

O espaço é simples, sem qualquer produção de cenário e, ainda assim, enche os olhos da plateia de lágrimas, devido à interpretação visceral dos dançarinos, que mostram com muita versatilidade e vigor, a atmosfera densa da história, alternando momentos de fragilidade e agressividade. Mesmo sem falas, a coreografia, expressão corporal e facial transmitem de forma genuína a trama.

Os personagens masculinos foram inseridos num contexto atual, com o objetivo de ampliar a discussão sobre territórios e fronteiras, liberdade e opressão. Embora o cenário seja a Alemanha Nazista, “Bent – O Canto Preso” impressiona pela atualidade do tema. O espetáculo emociona, mostrando com ternura como o amor pode surgir, mesmo em meio à opressão, medo e violência.

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Antonio Saturnino

Jornalista, atleta frustrado, cantor de karaokê e pai de pets. Ama música e escrever sobre o tema durante anos lhe permitiu conhecer novos cantores e estilos musicais, então vocês verão muita coisa diferente e nova por aqui. Dança no meio da rua, adora cozinhar e estar em conexão com a natureza.

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