Iniciativa mobilizou a classe artística e comunicadores para ajudar as vítimas do ciclone Idai

No mês de março, o pior desastre natural das últimas décadas atingiu o sudeste da África. O ciclone tropical Idai deixou centenas de mortos e mais de 1.600 pessoas feridas em diversas cidades de Malauí, Moçambique e Zimbábue. Além disso, mais de 1.400 pessoas foram infectadas pela cólera durante a passagem da tempestade e a região está mergulhada em profunda crise humanitária.

Mais de 3 milhões de pessoas precisam urgentemente de ajuda. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), mais da metade dos atingidos são crianças e o Banco Mundial prevê que serão necessários mais de US$ 2 bilhões para levar água potável e comida à região.

Uma denúncia da Human Rights Watch (HRW) apontou que mães moçambicanas foram obrigadas a fazer sexo com autoridades locais em troca de comida. “A exploração sexual de mulheres que lutam para alimentar suas famílias depois do furacão Idai é revoltante e cruel e deve parar imediatamente”, disse Dewa Mavhinga, diretor da HRW para o sul da África.

No dia 7 de maio, 40 cantores se apresentaram na Casa Natura Musical no especial Somos Todos Moçambique. Entre os artistas estavam nomes consagrados da música brasileira e destaques do cenário atual, entre eles Anelis Assumpção, Arnaldo Antunes, Curumin, Fabiana Cozza, Jaloo, Karol Conka, Luedji Luna, Simoninha, Tulipa Ruiz, Xênia França, entre outros.

“Foi uma noite especial, não só por estar com artistas que representam o momento atual da música brasileira, de diferentes gêneros, todos unidos por uma causa. A noite resumiu bem a frase ‘ninguém solta a mão de ninguém’ e foi uma forma de usar nossa arte como ferramenta de apoio para pessoas que estão sofrendo.” comenta a cantora Xênia França. Ela reconhece que muita gente ainda precisa de ajuda, inclusive no Brasil, mas que nesse momento, o silêncio das mídias de vários países em relação a tragédia que aconteceu em Moçambique é algo muito urgente. “Espero que essa noite cause impactos, que reverbere positivamente e que nos permita ajudar essas pessoas com todo amor que conseguirmos”, finaliza.

O show teve direção artística de Marcus Preto e mobilizou diversas assessorias de imprensa que se voluntariaram para viabilizar o espetáculo, entre eles Fernando Sant’ Ana, Morente Forte Comunicações, Maria Inês Costa (Maic Comunicação), Paulo Marra (Marra Comunicação), Adriana Balsanelli (Teto Cultura), e comunicadores da Conteúdo Comunicação.

“Nossa principal missão é fazer conexões entre os principais produtores de cultura do mundo. Fazer isto em prol de boas causas, como esta de Moçambique, é algo que nos enche de orgulho, nos motiva ainda mais e que estimula toda uma classe de músicos, produtores, técnicos, apoiadores, marcas, instituições e imprensa”, afirma Anabela Cunha da CNTDots, idealizadora e organizadora do Somos Moçambique.

De Brasília, as embaixadas dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a Cruz Vermelha Brasileira (CVB) apoiaram a iniciativa. Para aquele que puderem contribuir, a CVB está recebendo doações em conta criada especialmente para ajudar as vítimas do ciclone – Caixa Econômica Federal – 104, OP 003, Ag. 2123, CC 323-8, CNPJ 33.651.803/0001-65.

“Cantar pelas vítimas de Moçambique é um abraço afetivo aos irmãos africanos mas, é também, um dever civil e humanitário”, finaliza a cantora Fabiana Cozza.

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Antonio Saturnino

Jornalista, atleta frustrado, cantor de karaokê e pai de pets. Ama música e escrever sobre o tema durante anos lhe permitiu conhecer novos cantores e estilos musicais, então vocês verão muita coisa diferente e nova por aqui. Dança no meio da rua, adora cozinhar e estar em conexão com a natureza.

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