As coreografias para as obras de Schubert e Perez Prado ganham oito récitas em junho, com execução ao vivo da Orquestra Sinfônica Municipal

Após estrear a temporada com uma dupla de coreografias, Fôlego e Motriz, o Balé da Cidade de São Paulo retorna ao palco do Municipal com Inacabada, do coreógrafo britânico Ihsan Rustem, com música de Franz Schubert, e O Balcão do Amor, do coreógrafo israelense Itzik Galili, com trilha do cubano Perez Prado. A primeira, dança a música do compositor austríaco executada pela primeira vez 30 anos após sua morte, em 1828. Já a segunda, nasceu de uma viagem para Cuba realizada por Galili, que resultou em uma peça enérgica. Com estreia no dia 2/6 (sexta-feira), as apresentação vão até 10/6 (sábado) e terão a Orquestra Sinfônica Municipal, regida por Alessandro Sangiorgi, executando as músicas ao vivo. A duração total aproximada é de 70 minutos (com intervalo) e os ingressos vão de R$ 12 a R$ 84 (inteira).
 

Com o título de Inacabada, a obra é resultado da reunião de manuscritos dos dois primeiros andamentos da sinfonia composta por Franz Schubert, quando tinha apenas 25 anos. Misteriosa e indefinida, ela aparece materialmente na criação de Ihsan Rustem, que transformou o som em movimentos dos bailarinos, em um obra carregada de uma intensidade das experiências íntimas do compositor. A partitura ainda seguiu oculta por três décadas após a morte do gênio do romantismo. Tornou-se, então, sua 8ª Sinfonia.

Pequenos recortes da vida se sucedem no palco, cacos de histórias percebidos lentamente na jornada dividida em dois momentos. No figurino, a inspiração em trajes do final do século XIX se revela, mas nunca se completa: há só a parte de baixo ou a de cima de um traje. Nos duos (homem-homem, homem-mulher, mulher-mulher) outra referência à vida do compositor.

“Em 1822, Schubert começou a escrever a Sinfonia em si menor, destinada a ser inacabada mais por questões práticas, por ele ter pensado que não teria reais condições de que ela viesse a ser executada; ‘Quem poderia fazer mais depois de Beethoven?’, ele disse. Creio que com a Inacabada o ouvinte não possa imaginar qual prosseguimento o gênio poderia ter dado a essa sinfonia, mas, com certeza, o ‘inacabamento’ reforça aquele sentimento de pergunta sem resposta e de meditação serena mas irreparavelmente pessimista, que a coloca entre os documentos mais autênticos e elevados da arte do compositor”, explica Alessandro Sangiorgi, maestro que fará a regência do concerto.

Em 2011, o coreógrafo israelense Itzik Galili viajou para Cuba e regiões do Caribe, onde se inspirou na sonoridade do mambo para criar uma peça dinâmica, impregnada de toques humorísticos, descontraída, sensual e repleta de uma bela loucura. Reconhecido por construir mais de 60 trabalhos com companhias do mundo todo, como Les Ballets de Monte Carlo e Batsheva Dance Company, O Balcão do Amor teve sua estreia mundial com o Balé da Cidade de São Paulo, em maio de 2014. A coreografia teve como ponto inicial o dueto final, que foi criado para uma companhia em Stuttgart, na Alemanha.
 

A música de Perez Prado, considerado o Rei do Mambo, é carregada de leveza e um profundo sentimento de alegre simplicidade. O estilo musical e coreográfico conhecido como mambo nasceu em Cuba, fruto de uma fusão de várias sonoridades musicais. Ele recebeu forte influência das cadências afro-cubanas procedentes das cerimônias religiosas típicas do Congo. O que de certa maneira a torna atemporal, principalmente quando vemos novas gerações de latinoamericanos se relacionarem com seu eterno jogo de sensualidade e alegria.
 

“Evidentemente música caribenha e dança são um conúbio indissolúvel. Perez com sua trajetória, que o fez chamar de Rei do Mambo, traz todos os elementos rítmicos e melódicos da música cubana, que não deixa os espectadores ficarem quietos na cadeira, dando vontade de sair dançando. Com a versatilidade do Balé da Cidade isso irá gerar uma espetáculo contagiante!”, finaliza o maestro.

[Theatro Municipal – Sala de Espetáculos]

BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO

ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL

Alessandro Sangiorgi, regência

INACABADA (28′)

Ihsan Rustem, coreografia (em colaboração com o elenco) e cenário

Franz Schubert, música (Sinfonia nº 8, D. 759)

Caetano Vilela, iluminação

Cassiano Grandi, figurino

Carolina Franco e Roberta Botta, ensaiadoras

Elenco nos dias 2, 3, 4 e 6/6

Ana Beatriz Nunes, Ariany Dâmaso, Bruno Gregório, Carolina Martinelli, Fabiana Ikehara, Isabela Maylart, Jessica Fadul, Leonardo Muniz, Luiz Crepaldi, Manuel Gomes, Marcel Anselmé, Márcio Filho, Renata Bardazzi, Uátila Coutinho e Victoria Oggiam.

Elenco nos dias 7, 8, 9 e 10/6

Ana Beatriz Nunes, Ariany Dâmaso, Bruno Rodrigues, Fabio Pinheiro, Fernanda Bueno, Harry Gavlar, Isabela Maylart, Jessica Fadul, Leonardo Silveira, Luiz Oliveira, Marina Giunti, Marisa Bucoff, Rebeca Ferreira, Victor Hugo Vila Nova e Yasser Díaz.

Intervalo (20′)

O BALCÃO DE AMOR (20′)

Itzik Galili, coreografia, figurino e desenho de luz

Dámaso Perez Prado, música

Rodrigo Morte, arranjo

Elisabeth Gibiat, assistente de coreografia

Carolina Franco e Roberta Botta, ensaiadoras

João Pimenta, confecção de figurinos

Elenco nos dias 2, 3, 4 e 6/6

Dueto: Camila Ribeiro e Cleber Fantinatti.

Ana Beatriz Nunes, Ariany Dâmaso, Fabiana Ikehara, Isabela Maylart, Jessica Fadul, Marina Giunti, Marisa Bucoff, Rebeca Ferreira, Renata Bardazzi, Bruno Gregório, Bruno Rodrigues, Fabio Pinheiro, Leonardo Muniz, Luiz Crepaldi, Luiz Oliveira, Manuel Gomes, Victor Hugo Vila Nova e Yasser Díaz.

Elenco nos dias 7, 8, 9 e 10/6

Dueto: Ariany Dâmaso e Bruno Rodrigues.

Ana Beatriz Nunes, Erika Ishimaru, Fabiana Ikehara, Isabela Maylart, Jessica Fadul, Marina Giunti, Marisa Bucoff, Renata Bardazzi, Renée Weinstrof, Bruno Gregório, Cleber Fantinatti, Fabio Pinheiro, Leonardo Muniz, Luiz Crepaldi, Luiz Oliveira, Marcel Anselmé, Victor Hugo Vila Nova e Yasser Díaz.

Duração total aproximadamente 70 minutos (com intervalo)

Classificação não recomendado para menores de 14 anos

Ingresso de R$ 12,00 a R$ 84,00 (inteira)

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