Crédito da imagem: Charles Lima

A São Paulo Companhia de Dança (SPCD) – corpo artístico da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa – inicia no mês de junho sua nova Temporada no Teatro Sérgio Cardoso – um equipamento cultural também da Secretaria da Cultura e Economia Criativa com gestão da Amigos da Arte -, com três diferentes programas que serão apresentados em junho de 8 a 11/6, de 15 a 18/6 e de 22 a 25/6. Serão obras clássicas e contemporâneas que revelam toda a diversidade do repertório da companhia e também celebram os 15 anos de história, recém-completados. Além dos espetáculos, a programação inclui ainda as já conhecidas atividades educativas, com espetáculos gratuitos, palestras, além de ações de acessibilidade. Os ingressos já estão à venda e podem ser adquiridos a partir de R$ 50,00 (balcão/inteira) pelo link: https://spcd.com.br/ingressos/.

Programação 2023

Intitulada Labirintos em Movimento, a temporada este ano se inspira no poema Desenho, de Cecília Meireles (1901-1964), que aborda a essência e a complexidade da vida.

“A partir do poema ‘Desenho’, de Cecília Meireles podemos refletir sobre essa jornada de construção contínua, na qual se constroem labirintos impermanentes que devem ser refeitos constantemente. Com celebração e determinação reconhecemos o presente e aspiramos pelo

futuro da SPCD, ao mesmo tempo que honramos seus 15 anos de história”, fala Inês Bogéa, diretora artística.

A temporada é composta por sete obras, sendo três clássicas e quatro criações contemporâneas. Cada peça traz uma abordagem única e emocionante, que busca dialogar com o mais variado público. “Os clássicos marcam a trajetória da companhia, enquanto as obras contemporâneas são criações de artistas nacionais e internacionais. É uma chance única de descobrir novas criações e revisitar peças consagradas”, completa Inês.

De 8 a 11 de junho, a SPCD apresenta Giselle – Ato II (2021), de Lars Van Cauwenbergh, inspirada livremente no original de 1841 de Jules Perrot (1810-1892) e Jean Coralli (1779-1854). Apontada por estudiosos como o ápice do romantismo na dança clássica, Giselle vem recebendo inúmeras releituras ao longo dos séculos e integra o repertório da São Paulo com cenário original de Vera Hamburger, que incorpora imagens de florestas brasileiras retratadas por Debret, De Clarac, Von Martius e Cássio Vasconcellos. Também passa a figurar na temporada Umbó (2021), de Leilane Teles, que se baseia em uma premissa batizada por ela como “a criação do desejo”, que fala sobre a vontade de se tornar quem se quer ser e como isso reverbera no corpo de cada um. O cantor e compositor Tiganá Santana, a cantora Virginia Rodrigues e o coreógrafo Matias Santiago são o ponto de partida da coreografia, que convida o público a apreciar e reverenciar as artes e trajetórias dessas personalidades, bem como os bailarinos em cena e todos os artistas envolvidos na concepção. Esta criação de 2021, agora em 2023, ganha novo formato, pois passa a contar com 14 bailarinos, o que faz com que a cena se reconfigure.

Na semana seguinte, de 15 a 18 de junho, o público assiste Les Sylphides (Chopiniana) (2021),primeira remontagem de Ana Botafogo para a SPCD. Coreografada originalmente em 1909 por Michel Fokine (1880-1942), a partir de composição de Frédéric Chopin (1810-1849), esta é uma obra que evoca a era romântica da dança clássica. A noite conta também com Partita (2022), terceira criação de Stephen Shropshire para a SPCD. A obra é inspirada na pintura do artista renascentista Pieter Bruegel (1525-1569) “Landscape with the Fall of Icarus” (1555), em diálogo com o poema homônimo escrito, em 1939, por William Carlos Williams (1883-1963). Com um figurino minimalista, os bailarinos exploram o espaço cênico e reescrevem cada letra dos versos do poeta, em diálogo com os gestos dos outros intérpretes.

Entre 22 e 25 de junho, é a vez do público conferir Suíte de Paquita (2022), de Diego de Paula – que também é bailarino da Companhia -, remontada a partir da obra de 1847 de Marius Petipa (1818-1910). A coreografia emana energia e vigor enquanto os bailarinos na cena executam uma série de movimentos difíceis com bastante agilidade, o que faz o III ato deste balé ser considerado uma celebração a dança clássica. O programa traz também Ibi – da Natureza ao Caos (2022), de Gal Martins. Da palavra tupi-guarani Ibi, que significa terra, chão que se pisa, nasce a criação de Gal, que reflete sobre a questão do pós-isolamento da sociedade e sobre a falta de conexão do homem com a natureza, inspirada em “O Amanhã Não Está a Venda”, de Ailton Krenak. O destaque da noite fica por conta da criação inédita do israelense Shahar Binyamini, I’ve Changed My Mind (2023), um questionamento sobre quem somos como humanos, animais, almas e entidades. O título traduzido como “Eu Mudei de Ideia”, está ligado ao processo de criação artístico na sala de ensaio, sendo que em alguns momentos precisamos renunciar a alguns conceitos e abraçar o que é incógnito. “Nós não estamos mais ‘lá’ (no passado) e sim ‘aqui’ (no presente) e isso nos permite a liberdade de não sermos responsáveis por tudo, e sim, pelo que a própria situação nos pede”, fala o coreógrafo.

A programação conta também com recursos de acessibilidade comunicacional. 

Atividades Educativas

Quarenta e cinco minutos antes dos espetáculos, o público interessado em se aprofundar nas

histórias e nos bastidores das criações poderá conversar com a diretora da Companhia, Inês Bogéa, em palestras gratuitas sobre os processos criativos das obras. As conversas têm duração de cerca de 30 minutos. A Temporada apresentará ainda Espetáculos para Estudantes e Terceira Idade, que acontecem nos dias 16 e 23 de junho, às 15h. A atividade é gratuita mediante inscrição prévia no site https://forms.gle/vmLQzQMFP4b1pFDQ8.

SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA

Criada em janeiro de 2008, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD) é um corpo artístico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa, doutora em Artes, bailarina, documentarista e escritora. A São Paulo é uma Companhia de repertório, ou seja, realiza montagens de excelência artística, que incluem trabalhos dos séculos XIX, XX e XXI de grandes peças clássicas e modernas a obras contemporâneas, especialmente criadas por coreógrafos nacionais e internacionais. A difusão da dança, produção e circulação de espetáculos é o núcleo principal de seu trabalho. A SPCD apresenta espetáculos de dança no Estado de São Paulo, no Brasil e no exterior e é hoje considerada uma das mais importantes companhias de dança da América Latina pela crítica especializada. Desde sua criação, já foi assistida por um público superior a 900 mil pessoas em 18 diferentes países, passando por cerca de 150 cidades em mais de 1.100 apresentações e acumulando mais de 50 prêmios e indicações nacionais e internacionais. Por meio do selo #SPCDdigital criado em 2020, realizou mais de 50 espetáculos virtuais e streamings de apresentações que somam mais de 1 milhão de visualizações. Além da Difusão e Circulação de Espetáculos, a SPCD tem mais duas vertentes de ação: os Programas Educativos e de Sensibilização de Plateia e Registro e Memória da Dança.


DIREÇÃO ARTÍSTICA E EXECUTIVA | INÊS BOGÉA
é doutora em Artes (Unicamp, 2007), bailarina, documentarista, escritora, professora nos cursos de especialização Arte na Educação: Teoria e Prática da Universidade de São Paulo (USP) e Pós-Graduação em Linguagem e Poética da Dança: Documentário, Memória e Dança da Universidade Regional de Blumenau (FURB) em parceria com a Fundação Fritz Muller (FFM). É autora do “Por Dentro da Dança” com a São Paulo Companhia de Dança na Rádio CBN. De 1989 a 2001, foi bailarina do Grupo Corpo (Belo Horizonte). Foi crítica de dança da Folha de S. Paulo de 2001 a 2007 e integrou o júri técnico/crítico do quadro Dança dos Famosos do programa Domingão do Faustão/TV Globo de 2016 a 2021. É autora de diversos livros infantis e organizadora de vários livros. Na área de arte-educação foi consultora da Escola de Teatro e Dança Fafi (2003-2004) e consultora do Programa Fábricas de Cultura da Secretaria de Cultura do Estado (2007-2008). É autora de mais de quarenta documentários sobre dança.

SOBRE A AMIGOS DA ARTE

A Amigos da Arte, Organização Social de Cultura responsável pela gestão dos teatros Sérgio Cardoso e de Araras e diversos programas de difusão cultural e economia criativa, trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e iniciativa privada desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo difundir a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em 17 anos, a entidade desenvolveu 12 mil ações culturais, atingindo mais de 25 milhões de pessoas.

SOBRE O TEATRO SÉRGIO CARDOSO

Localizado no boêmio bairro paulistano do Bixiga, o Teatro Sérgio Cardoso mantém a tradição e a relevância conquistada em mais de 40 anos de atuação na capital paulista. Palco de espetáculos musicais, dança, peças de teatro, o equipamento é um dos últimos grandes teatros de rua da capital, e foi fundamental nos dois anos de pandemia, quando abriu as portas, a partir de rígidos protocolos de saúde, para a gravação de especiais difundidos pela plataforma #CulturaEmCasa.

Composto por duas salas de espetáculo, quatro dedicadas a ensaios, além de uma sala de captação e transmissão, o Teatro tem capacidade para abrigar com acessibilidade oito pessoas na sala Nydia Licia, 827 na sala Paschoal Magno 149 pessoas são comportadas no hall de entrada, onde também acontecem apresentações e aulas de dança.

Em junho de 2022, o Teatro Sérgio Cardoso ganhou uma sala digital.  Com um investimento em alta tecnologia e adaptação para as necessidades virtuais, o Teatro Sérgio Cardoso Digital, na vanguarda dos teatros públicos brasileiros, vai ao encontro de forma inédita da democratização do acesso à cultura com objetivo de garantir uma experiência online o mais próxima possível da presencial.

SERVIÇO E FICHAS TÉCNICAS

Teatro Sérgio Cardoso

Endereço: R. Rui Barbosa, 153 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01326-010

Horários: quinta e sexta, às 20h | sábado, às 16h e às 20h | domingo às 17h

Capacidade física: 827 lugares

Acessibilidade: Sim

Preço: balcão – R$ 50,00 (inteira), plateia lateral – R$ 70,00 (inteira) e plateia central – R$ 80,00 | à venda via Sympla

Programa 2: De 15 a 18/06

Link para compra 15 a 18 de junho: https://bileto.sympla.com.br/event/82902

Classificação: Livre | Duração: 45 minutos

Fotos: https://drive.google.com/drive/folders/1vX36n658trCaafUgGR4qPdHOjXB3F1vI?usp=share_link

Les Sylphides (Chopiniana) (2021)

Remontagem: Ana Botafogo, a partir da obra de 1909 de Mikhail Fokine (1880-1942)

Música: Frédéric Chopin (1810-1849)

Iluminação: André Boll

Figurino: Tânia Agra

Cenografia: Fábio Namatame

Assistência de Remontagem: Duda Braz e Teresa Augusta

Visagismo: Augusto Sargo

Professora de Interpretação: Vivien Buckup

Partita (2022)

A obra é uma coprodução com o The Dutch Performing Arts Program of the Performing ArtsFund NL (Holanda).

Coreografia, Figurino e Iluminação: Stephen Shropshire

Música: Partita, Perihelion I, II e III (Allamande; Sarabande e Gigue) de Margaret Anne Schedel, interpretada por: Schedel e Mikylah Myers

Programa 3: De 22 a 25/06

Link para compra 22 a 25 de junho: https://bileto.sympla.com.br/event/82903

Classificação: Livre | Duração: 63 minutos

Fotos: https://drive.google.com/drive/folders/1Mm5OiPLCgBUSaenvsz5B9SfBPfKhKQnF?usp=share_link

Suíte de Paquita (2022)

Remontagem: Diego de Paula, a partir da obra de 1847 de Marius Petipa (1818-1910)

Música: Édouard Deldevez (1817-1897) e Ludwig Minkus (1826- 1917)

Iluminação: Nicolas Marchi

Figurino: Tânia Agra

Cenário: Reproduções de fotografias da escadaria do Edifício Histórico do Museu Paulista – Eixo Monumental, de Hélio Nobre e José Rosael, gentilmente cedidas pelo Acervo do Museu Paulista da Universidade de São Paulo

Ibi – da Natureza ao Caos (2022)

Concepção e Direção Coreográfica: Gal Martins

Trilha Sonora Original: Dani Lova (direção musical e criação) com voz e contribuição artística de Thais Dias

Figurino e Visagismo: Gil Oliveira

Iluminação: Camila Andrade

Cenografia e Adereços: Caio Marinho

Cenotécnico: Pedro Paes

Assistente de Figurino: Bábi Batista e Giselle Carvalho

I’ve Changed My Mind (2023)

Coreografia e figurinos: Shahar Binyamini

Assistente de coreografia: Yotam Baruch

Músicas: Le Tombeau de Couperin M 68: II Fornane e III Minuet, de Maurice Ravel, Blade Runner, de Hans Zimmer e Benjamin Wallfish e Hard to Tell, de Andy Stott e Alison Skidmore.

Iluminação: Wagner Freire

Execução de figurinos: Cris Driscoll

Serviço Programação Educativa – Espetáculo para Estudantes e Terceira Idade:

Teatro Sérgio Cardoso

Endereço: R. Rui Barbosa, 153 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01326-010

Data: Dias 16 e 23 de junho – sexta, às 15h

Link para inscrição: https://forms.gle/vmLQzQMFP4b1pFDQ8

Fontes:

São Paulo Companhia de Dança

Teatro Sergio Cardoso

Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo

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