Musical “Escola do Rock” reflete sobre o despertar musical nas crianças Mariana Mascarenhas dezembro 4, 2019 RESENHA Foto João Caldas Imagine uma sala de aula onde os alunos têm a oportunidade de trocar, por um momento, materiais escolares por instrumentos musicais, transformar tal espaço em um verdadeiro palco e, o que é melhor de tudo, darem asas à imaginação e à criatividade, tendo a chance de serem eles mesmos, ao exibirem seus talentos. Esse é o cerne do musical Escola do Rock, que está em cartaz no Teatro Santander, em São Paulo, até o dia 15 de dezembro de 2019. O espetáculo, baseado no filme homônimo escrito por Mike White e protagonizado pelo ator Jack Black, chega a São Paulo, após quatro anos de sua estreia na Broadway. No Brasil, a produção conta com direção geral de Mariano Detry, direção musical de Daniel Rocha e versão brasileira de Mariana Elisabetsky e Victor Mühlethaler. A peça narra os conflitos vividos pelo enérgico Dewey, um aspirante a artista que, após ser expulso de uma banda de rock da qual participava – enquanto esta se preparava para competir na famosa e importantíssima Batalha das Bandas –, e com os aluguéis atrasados, resolve se passar pelo amigo, sem conhecimento dele, para dar aulas num prestigiado e tradicional colégio, como professor substituto, onde receberá um bom salário. Ao chegar à instituição, ele não demora muito para transformar a sala de aula em um palco de rock e seus alunos em roqueiros mirins, com o intuito de levá-los para a Batalha das Bandas e assim entrar na competição. Tudo isso sem conhecimento da diretora que começa a desconfiar dos métodos pedagógicos utilizados por ele. No decorrer da história, os alunos vão mostrando seus talentos e se sentindo mais livres para expressarem seu verdadeiro “eu”, já que as habilidades de muitos são reprimidas pelos próprios pais, que acreditam saber o que é melhor para os filhos, sem, ao menos, ouvi-los. É louvável a atuação do ator Arthur Berges no papel de Dewey durante cada minuto do espetáculo, fazendo jus ao personagem vívido e amalucado que está disposto a tudo para conseguir seus objetivos e acaba, assim, conquistando o carinho de seus alunos, ao despertarem neles seus talentos artísticos. E estes são muito bem representados nas habilidades reais dos atores mirins que, simplesmente, brilham no palco, seja no canto, na dança ou no toque de algum instrumento. Para que tudo isso aconteça, a peça conta com o maior elenco musical já presente em São Paulo, composto por 21 adultos e 42 crianças, que se revezam nas sessões semanais. Geovana Valeria da Silva, mãe do ator mirim Gustavo Ferreira, que integra o elenco do musical, explica como foi o processo seletivo dos pequenos: “A primeira parte foi composta pelas audições e várias crianças fizeram a inscrição e mostraram seu talento para uma bancada de jurados. O Gustavo participou de mais três fases, até a resposta final, todas foram processos de canto, dança e interpretação”, diz Geovana, quem completa que foi um momento de muito aprendizado que seu filho levará para toda a vida. De acordo com ela, Gustavo começou a fazer teatro musical aos nove anos de idade, numa escola de musicais, e, desde então, não parou mais. Ele já integrou outros espetáculos musicais profissionais e até curta-metragem, além de sempre ter participado das peças escolares, segundo coloca a mãe, que ressalta a importância da música e como ela faz toda a diferença na vida de uma criança. “Desde pequenos, aprendemos várias canções que nos acalmam. Para o Gustavo, música é vida, ele passa o dia todo cantando”, conclui. Essa é, justamente, uma das grandes lições trazidas pela Escola do Rock ao ressaltar a relevância da criança não somente em ser desperta para a música, como ter a liberdade e a criatividade de se expressar da melhor maneira, por meio da arte musical. Leave a Reply Cancel ReplyYour email address will not be published.CommentName* Email* Website