Monólogo reflete sobre a dificuldade de assumir o controle da própria narrativa

Pensando em sua vida como uma produção audiovisual da qual você é o protagonista, quantos figurantes existem nessa história? Uma idosa a quem você cede seu lugar no transporte público; o guarda que aplica uma multa por infração no trânsito; ou um jovem que cruza seu caminho passeando com um pet. Invertendo a história, percebemos que todos nós também somos figurantes na vida.

Essa é a provocação proposta pelo espetáculo O Figurante, comédia dramática que traz Mateus Solano em seu primeiro monólogo, que está em cartaz até o dia 31 de março, no Teatro Renaissance.

A trama mergulha na rotina de Augusto, um figurante que luta para encontrar a si próprio em meio a uma rotina pobre de sentido, que o mantém num lugar muito aquém da sua potência como ser humano. A peça reflete sobre a dificuldade de se conectar com a própria essência e sobre os desafios de assumir o controle da própria narrativa.

No palco, sem cenário ou grandes jogos de luzes, Solano utiliza o trabalho mímico para dar vida a Augusto e aos demais personagens. Todos os dias, pela manhã, ele recebe a descrição de qual será seu papel como figurante e segue sua rotina entediante: toma um banho, prepara e toma seu café, pega o transporte público com destino ao set de gravação e, sem qualquer poder opinativo ou liberdade criativa, realiza a sua figuração.

“Somos um animal que cria histórias para viver e um mundo para acreditar. Na ânsia em fazer parte desse mundo, acabamos por nos afastar de nós mesmos a ponto de não saber se somos protagonistas ou figurantes de nossa própria história”, reflete Mateus Solano.

A dramaturgia foi construída a partir do método Escrita na Cena, desenvolvido por Isabel Teixeira, que estimulou o ator a explorar sua própria criatividade por meio de improvisos. As cenas criadas por Mateus foram gravadas, transcritas e reelaboradas por Isabel para compor o texto final, preservando a autenticidade das reflexões do personagem.

O espetáculo tem direção de Miguel Thiré e conta com colaboração de Mateus Solano e Isabel Teixeira na dramaturgia. A temporada terá apresentações de sextas às 21h, sábados às 19h e domingos às 17h.

Ficha Técnica:

Dramaturgia: Isabel Teixeira, Mateus Solano e Miguel Thiré. Atuação: Mateus Solano. Direção: Miguel Thiré. Direção de Produção: Carlos Grun. Direção de Movimento: Toni Rodrigues Desenho de Luz: Daniela Sanches. Direção Musical e Trilha Original: João Thiré. Design Gráfico: Rita Ariani. Desenho de Som: João Thiré. Fotos: Guto Costa. Equipe de Produção: Flavia Espírito Santo, Glauce Guima, Kakau Berredo e Cleidinaldo Alves. Idealização e Realização: Mateus Solano, Miguel Thiré e Carlos Grun. Produção: Bem Legal Produções. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli.

Serviço:
O Figurante
Temporada: até 31 de março –  Sextas às 21h, sábados às 19h e domingos às 17h.
Duração: 70 minutos.
Ingressos: Disponíveis no site do Olha o Ingresso
R$ 150,00 (inteira) R$ 75,00 (meia)
Teatro Renaissance
Alameda Santos 2233 – Jardim Paulista, Piso E1
Bilheteria de sexta a domingo das 14h ao início do espetáculo
Site: www.teatrorenaissance.com.br  

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Antonio Saturnino

Jornalista, atleta frustrado, cantor de karaokê e pai de pets. Ama música e escrever sobre o tema durante anos lhe permitiu conhecer novos cantores e estilos musicais, então vocês verão muita coisa diferente e nova por aqui. Dança no meio da rua, adora cozinhar e estar em conexão com a natureza.

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