Festival Butantã Cultural celebra as raízes afro, indígena e nordestina em São Paulo Mariana Mascarenhas outubro 30, 2023 AGENDA, CONTEÚDO Foto de Priscila Magella_ Grupo Coletivo 231 O mês da Consciência Negra chega com uma programação recheada de cores, sons e danças populares na zona oeste de São Paulo, com a primeira edição do Festival Butantã Cultural – Novembro Negro, um evento dedicado a celebrar as tradições afro-diaspóricas no Brasil. Idealizado pelo multiartista e produtor, Robson Petezera, esse festival é mais do que uma simples celebração; é uma reverência à ancestralidade, aos mestres e mestras da cultura popular, e às diversas comunidades culturais existentes no Brasil. Apoiado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, o Festival acontecerá no próximo sábado (04/11), na Casa de Cultura do Butantã, com o objetivo de ampliar os espaços de promoção das culturas populares negras da diáspora africana, indígena e nordestina, conforme ressalta Robson: “A programação reunirá artistas renomados da cena cultural paulistana, prometendo levantar e animar o público presente, oferecendo momentos de prazer e alegria com uma variedade de apresentações e atividades”. Morador do bairro do Butantã desde 2016, com mais de 25 anos de atuação na cena cultural paulista, Petezera tem na cultura popular a base de seu trabalho profissional e filosofia de vida. Filho de Dona Silvana e Dema, ele busca valorizar e promover mestres da cultura popular e suas comunidades. O multiartista é fundador do Coletivo 231 e Zera Produções, produtora atuante no mercado cultural desde 2018 e que assume a produção e direção artística do Festival; além de já ter realizado outros importantes festivais em São Paulo, como o Expressões Sonoras da Zona Sul, Nó Caipira e o SP Cidade Violeira, e shows de bandas reconhecidas. Palco do Festival, o bairro do Butantã é considerado um dos mais culturais da capital paulista, repleto de opções em cultura popular, um verdadeiro ponto de encontro para as diversas manifestações como bumba meu boi, maracatu, frevo, carnaval e samba. “A comunidade escolar da EMEF Desembargador Amorim Lima também desempenha um papel vital na promoção da cultura popular, oferecendo espaços para grupos e coletivos culturais ensaiarem e se desenvolverem”, afirma Robson. De acordo com o produtor, um dos destaques da região é a Praça Elis Regina, onde acontecem desfiles de blocos de carnaval e eventos tradicionais, como o Samba da Elis, uma roda mensal de samba de raiz formada exclusivamente por mulheres. “Além disso, a Feira Agroecológica e Cultural de Mulheres do Butantã conecta a força coletiva feminina na região”, completa. Por fim, para Robson, o Festival Butantã Cultural – Novembro Negro é mais do que um evento; é uma celebração da diversidade cultural e um tributo à herança afro, indígena e nordestina que enriquece São Paulo e o Brasil. “Essa iniciativa promete encher o mês de novembro com a energia vibrante das culturas populares. É uma oportunidade de se envolver e se maravilhar com a riqueza da herança cultural brasileira”, conclui. Informações do Evento: Festival Butantã Cultural – Novembro Negro 2023 Data: 04/11/2023 – Sábado Horário: Das 8h às 21h Local: Casa de Cultura do Butantã: Av. Junta Mizumoto, 13, Jardim Peri Peri, São Paulo – SP Apoio: SMC – Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo Produção: Zera Produções Programação: 8h – Maracatu Coletivo 231 9h – Balé Popular Cordão da Terra 10h – Brincaderia 11h – Junior Kaboclo e o Pífe da Mata 12h – Maracatu Baque Livre 13h – Mestre Nico e o Balanco da Manipuera 14h – Candongueiros do Campo Limpo 15h – Coco da Quebrada 16h – Tambor de Crioula Sarrabulho 17h – Coco da Batata 18h – Pé no Terreiro 19h – Coco de Oyá 20h – Juremas Sobre os grupos: Maracatu Coletivo 231 Coletivo percussivo que pesquisa e fomenta a cultura do maracatu de baque virado na comunidade de Vila Clara, zona sul de São Paulo. Capitaneado por Robson Petezera e Vini Malaka, irmãos de quebrada e batuque, o grupo se destaca por sua versatilidade em executar os baques de diversas nações de maracatu pernambucanas, respeitando os sotaques de cada uma delas. Balé Popular Cordão da Terra O Balé Popular Cordão da Terra é um grupo dedicado a estudar e difundir diversas manifestações populares brasileiras, em toda a sua multidimensionalidade: a dança, o canto, a linguagem teatral, o estudo percussivo, a confecção de adereços e instrumentos, costura e artes manuais de modo geral. Brincaderia Coletiva de brincantes que visa o brincar para além do entretenimento, mas também como uma ferramenta de construção para uma nova sociedade, onde a realidade do indivíduo criança é discutida e assistida, assim como tudo e todos a sua volta, seguem também como Agentes de Proteção à Infância. Júnior Kaboclo e o Pife da Mata Júnior Kaboclo e o Pife da Mata é uma banda de pífanos criada pelo músico pernambucano Júnior Kaboclo, inspirado pelo universo do pífano e vivência com mestres da cultura popular. Maracatu Baque Livre O grupo percussivo “Baque Livre” situa-se no Butantã e tem uma trajetória de quase dez anos. Fundado pelo mestre, brincante e dançarino Jorge Fofão, o grupo foi criado em março de 2014, com o intuito de valorizar e estudar as tradições percussivas que dialogam com o maracatu de baque virado, tendo também contato com o coco, maracatu rural, frevo, afoxé entre outros. Mestre Nico e o Balanço da Manipuera A Manipueira é o caldo venenoso que sai da macaxeira quando ralada, prensada e fervida. A macaxeira é raiz que cresce debaixo do solo, alimento de força. Mestre Nico e o balanço da Manipueira é isso, o suingue quente envenenado e a força da raiz do Coco de Roda, Coco Rural e Maracatu Rural de Pernambuco. Candongueiros do Campo Limpo A história deste grupo se inicia a partir da contemplação pelo Projeto VAI. Nessa época, o grupo se intitulava Tropeiros da Arte, por trazer uma pesquisa em tradições um tanto que distante da linguagem e origem do jongo, por assim dizer. Brinquedos populares como o bumba meu boi, o coco de roda, o cacuriá e a ciranda. Coco da Quebrada Depois de anos realizando a Quebrada de Coco no Espaço Comunidade, na zona sul de São Paulo, e vivenciando com mestres e mestras do Coco de Roda e outras tradições, João Aquino, Gabriela Malaquias, Stefany Veloso e Pedro Lucas Pilar formaram o Coco da Quebrada, reconhecendo-se como artistas criadores e mantenedores do folguedo tradicional e dos ensinamentos apreendidos. Juremas A coletiva Juremas foi criada em 2019 através do afeto e do desejo de fortalecer a ancestralidade feminina por meio dos tambores presentes nas culturas tradicionais, potencializando a cena feminina na música e trazendo mais visibilidade para a presença delas na percussão. Coco da Batata O Coco da Batata é um encontro de músicos, brincantes e apreciadores de manifestações da cultura tradicional brasileira que se reúnem mensalmente no Largo da Batata, para brincar o Coco de Roda. Esses encontros tiveram início no ano de 2017. Pé no Terreiro O Pé no Terreiro é um grupo que, desde 2001, vem pesquisando as mais diversas manifestações culturais populares brasileiras. Originou-se a partir da união entre artistas maranhenses e paulistas com a proposta de manter vivas as tradições culturais, atuando no resgate, difusão, valorização e preservação das manifestações populares. Coco de Oyá Coco de Oyá surge em 2014, idealizado por Rafaella Nepomuceno, em homenagem à Oyá, orixá dos ventos e tempestades, e as Yabás, durante um longo período de grande imersão na Umbanda, mais precisamente no Recanto Quiguirica, Pai Luiz Soliano, tendo o coco de roda como principal influencia rítmica. Tambor de Crioula Sarrabulho Teo Menezes, nascido no Maranhão e criado no terreiro de Tambor de Mina, uma das casas de matriz africana mais conhecidas do país, traz do Maranhão um recorte de nossa cultura popular: O Tambor de Crioula, uma devoção dançada para o São Benedito. Hoje, as melhores dançarinas dessa manifestação, toda dançada por mulheres, são as mais velhas, que trazem a sabedoria corporal da punga. Leave a Reply Cancel ReplyYour email address will not be published.CommentName* Email* Website