Afinal, Nina é menino ou Nino é menina?  Venina, personagem criada por João Peçanha na obra ‘Aquela estranha arte de flutuar’, traz esse questionamento em uma emocionante história que segue a tradição das melhores narrativas cheias de brasilidade que se tornaram best sellers nos últimos anos.

De forma singular, o autor aborda a fragilidade e a resiliência de uma jovem adolescente que, em conflito com sua identidade, viverá um período de intensas descobertas durante uma jornada de sobrevivência pelo interior nordestino.

Criada pelo padre Alceu da igreja de Riacho da Jacobina, Venina não tem certeza de seu passado, presente ou futuro, principalmente porque vive em um dos períodos mais violentos da história brasileira, a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), enquanto se esconde na pele de coroinha, que na época era obrigatoriamente um status para meninos. Para permanecer viva, a protagonista reprime os seus sentidos, inclusive os fisiológicos. E, embora seu tutor queira garantir que tudo fique como está, Venina, assim como muitas outras pessoas que são obrigadas a viver banidas de sua realidade, encontrará seu sentido.

Seu destino se apresenta imerso a partir da circunstância totalmente inusitada de outro mistério: a origem e o rumo da bela grávida Carolina, que aparece na paróquia. Para proteger a identidade da mãe e da criança que ela carrega, o padre Alceu convoca Nino/Nina a empreender com eles uma jornada penosa e arriscada em que segredos vêm à tona como se passassem a flutuar sobre a superfície.

Mesmo que por caminhos tortuosos, com muitas nuances de violência, pobreza e injustiças, ao dar voz a Nina, o autor João Peçanha convida o leitor a se conectar as mazelas da personagem, mas sem perder a força do que lhe é representado. Com a capacidade de discernimento de uma adulta, ainda que em situações de aprendizado e de transformações, Nina entrelaça a ficção e a realidade para dar peso à transformação do feminino em meio a um universo que muito cerceia e pouco permite.

Em situações análogas aos fugitivos da política e da religião repressoras do fim dos anos 1960, o trio encontra libertação, cada um à sua maneira.

AQUELA ESTRANHA ARTE DE FLUTUAR
João Peçanha
Selo: 106 Histórias
Páginas: 160
Formato: brochura, 14x21x1,0,9cm
Peso: 215g
Preços: R$ 49,90 (versão impressa); R$ 35,00 (ebook)
ISBN versão impressa: 978-65-88342-01-5
ISBN versão ebook: 978-65-88342-02-2
Gênero: Romance, Nacional, Ficção, Ditadura

Sobre o autor: João Peçanha é escritor, dramaturgo e professor, com doutorado em Estudos Literários pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e mestrado em Literatura pela Universidade de São Paulo (USP). É autor do romance Patagônia babilônia e da duologia distópica Matumaini. Seu livro de contos Cantata para dezesseis vozes e orquestra recebeu menção honrosa da revista Cult. João Peçanha também venceu o Prêmio Nacional de Dramaturgia da Fundação Cultural da Bahia com sua peça teatral O pacote. Ele vive no Rio de Janeiro com a família.

About The Author

Flávia Ferreira

Pós-graduada na USP em relações étnico-raciais, Flávia também é jornalista e dedica suas horas livres para uma boa leitura ou um show contagiante. Ama séries e filmes cheios de diálogos longos. Aqui no Matraca escreve sobre arte, fotografia, indicação de livros, séries e filmes e espetáculos. Embarque nos textos e curte lá no insta @matracacultural @itsflaviaferreira

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