AFROPUNK chega ao Brasil e veio pra ficar Matraca Cultural novembro 20, 2019 REPORTAGEM Black to the Future é o tema da primeira edição da festa, realizada em parceria com a Feira Preta Criado há mais de 14 anos, com atuação em diversas cidades do mundo, entre elas Nova York, Atlanta, Londres e Paris, o AFROPUNK teve, nas noites dos dias 19 e 20, sua estreia no Brasil. Idealizada em parceria com a Feira Preta, maior evento de cultura afro-contemporânea da América Latina, a iniciativa celebra as diversas expressões culturais criadas a partir da diáspora africana ao redor do mundo e permite que os pretos assumam o protagonismo da reconstrução da sua história, utilizando a cultura como forma de ativismo de resistência. Com o tema Black to the Future, a festa contou com um line up de fazer inveja para qualquer grande festival sediado no Brasil. O evento reuniu no palco da Audio, na Barra Funda, zona oeste da capital, nomes como Black Pantera, Aya Bass Featuring Luedji Luna, Xenia França e Larissa Luz, Rincon Sapiência, além da Karol Conka. A noite também contou com Batekoo feat. Linn da Quebrada, MikeQ, House of Black Velvet e Baco Exu do Blues Ao todo foram duas noites de shows e as datas não foram escolhidas por acaso. A celebração coincidiu com o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, em memória ao maior líder da resistência e luta contra a escravidão no Brasil, Zumbi dos Palmares. Ele criou uma comunidade, o Quilombo dos Palmares, que abrigava pretos refugiados, que buscavam se libertar do sistema escravista, e foi assassinado em 1965, pelo exército português. Com a proposta de combater o ódio, o AFROPUNK cria ambientes seguros para a população preta em todas as suas intersecções, e visa conscientizar a população para os perigos de qualquer tipo de intolerância, seja ela motivada por etnia, orientação sexual, identidade de gênero, misoginia, gordofobia etc. Os artistas que se apresentaram na festa, têm como fio condutor de seus trabalhos as questões sociais, principalmente as motivadas por intolerância racial. Os dois dias foram marcados por shows épicos e críticas ao atual governo, devido às diversas citações preconceituosas, a vereadora preta, Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018 foi citada diversas vezes. Mais de um ano depois do episódio, o crime ainda não foi solucionado. “Enquanto houver gente que acredita que não existe racismo no Brasil e que as minorias não são oprimidas, Eu sou o preto mais odiado que você vai ver”, citou Baco Exu do Blues, em referência à letra de Kanye West da Bahia. Depois o rapper reuniu os dançarinos, equipe e os artistas com os quais dividiu o palco, todos afro-brasileiros, e comentou. “Enquanto matarem nossas crianças pretas, as pessoas deixarão de ver artistas tão fantástico quanto esses”. Em seu perfil do Instagram, a banda de punk rock de Uberaba, Black Pantera, uma das únicas do gênero formada apenas por negros, comentou: Hoje (20), é o segundo dia de festival e no line up estão nomes como o grupo Baco Exú do Blues. 00 Matraca Cultural cobriu o show a convite da Casé Assessoria. Fotos do evento feitas com o Samsung Galaxy Note 10. Para mais informações, clique aqui. Leave a Reply Cancel ReplyYour email address will not be published.CommentName* Email* Website