Bent – O Canto Preso recria cenário de opressão na época do nazismo Antonio Saturnino julho 25, 2014 RESENHA Além dos judeus, muitos homossexuais também foram perseguidos e mortos durante o nazismo. Na época, quem detinha um triângulo rosa na vestimenta, o qual indicava sua condição sexual, era massacrado pelos guardas da SS e humilhado pelos demais presos. Este é o pano de fundo do espetáculo de dança Bent – O Canto Preso, adaptação coreográfica do texto teatral Bent, de Martin Sherman, em cartaz no Kasulo Espaço de Arte até o dia 3 de agosto. As apresentações são gratuitas e acontecem de quinta a domingo. Dirigida por Sandro Borelli, a montagem conta a história de um homem perseguido por ser homossexual que, para amenizar os abusos e horrores aos quais era submetido no campo de concentração, se fez passar por judeu. Porém, em meio a todo medo e opressão, ele se apaixona por um homem de quem se torna amigo e amante, o qual exibe com orgulho seu triângulo nas vestes. O espaço é simples, sem qualquer produção de cenário e, ainda assim, enche os olhos da plateia de lágrimas, devido à interpretação visceral dos dançarinos, que mostram com muita versatilidade e vigor, a atmosfera densa da história, alternando momentos de fragilidade e agressividade. Mesmo sem falas, a coreografia, expressão corporal e facial transmitem de forma genuína a trama. Os personagens masculinos foram inseridos num contexto atual, com o objetivo de ampliar a discussão sobre territórios e fronteiras, liberdade e opressão. Embora o cenário seja a Alemanha Nazista, “Bent – O Canto Preso” impressiona pela atualidade do tema. O espetáculo emociona, mostrando com ternura como o amor pode surgir, mesmo em meio à opressão, medo e violência. Leave a Reply Cancel ReplyYour email address will not be published.CommentName* Email* Website