Mesmo com falhas técnicas, Ney Matogrosso apresenta espetáculo emocionante

No último final de semana (7 e 8), o cantor Ney Matogrosso, um dos principais showman da música brasileira, se apresentou no HSBC Brasil. Na ocasião ele apresentou o show da turnê Atento aos Sinais, no qual canta sucessos de sua carreira, além de canções de grandes nomes da música brasileira.

Aos 72 anos, Ney ainda dispensa comentários em suas performances. Além de muita sensualidade em suas coreografias, o cantor fez uma apresentação visceral, com afinação sempre perfeita e, principalmente, exigindo muito de sua equipe técnica.

Logo no primeiro minuto do show houve uma falha no som e, irritado, Ney pediu para parar a música incomodado com a microfonia. “Vocês estão ouvindo isso?”, perguntou à sua equipe. “Não pode! Precisa ajustar antes!”. Depois virou para a plateia e completou: “Desculpe, vou recomeçar a apresentação. Não é gravação de DVD, mas eu quero fazer bonito para vocês”.

Aplaudido, ele recomeçou a apresentação de forma maestral. Sob um holofote, ele aparece em uma cadeira espelhada ao fundo do palco, usando uma calça preta de lame, botas de couro até o joelho, muitas pulseiras, uma regata preta transparente, um gorro com muito brilho e bolero de penas pretas.

O show incluiu no repertório canções como Vida Louca (Cazuza), Roendo as Unhas (Paulinho da Viola), Fico Louco (Itamar Assumpção) e Oração (Dani Black). No decorrer da apresentação ocorreram novos problemas técnicos, porém mesmo visivelmente irritado com as falhas, ele deu continuidade ao show. Foi uma performance com uma rica mistura de ritmos, que foi do bolero ao funk, do samba ao regatón.

Inusitadamente o cantor apresentou dois bis. No segundo retorno, ele cantou um dos seu maiores clássicos Poema, também famosa na voz de Cazuza. Para encerrar a apresentação, em meio a bolhas de sabão, cantou Ex-Amor, do Martinho da Vila.

Apesar dos contratempos técnicos, o show dispensa críticas. Ele ainda mantém em sua essência seu espírito vanguarda e inventivo que o tornaram famoso na década de 1970. Ao final desta turnê, o cantor, que tem mais de 30 discos gravados, deve gravar um novo álbum. Deve ter coisa boa vindo por aí.

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