Este final de semana, o Auditório Ibirapuera recebeu mais uma edição do C6 Fest, que firmou seu lugar no calendário cultural de São Paulo. Em dois dias de evento na área externa, o festival ocupou diferentes espaços do parque — do Auditório Ibirapuera ao espaço livre entre o Museu Afro e um pedaço da Bienal — oferecendo ao público uma curadoria musical de muito requinte.

No início da tarde, tivemos a performance da banda britânica The Last Dinner Party, que atraiu uma legião de fãs entusiasmados. O show teve momentos de pura conexão, com destaque para uma das integrantes que subiu ao palco vestindo uma camiseta azul da Seleção Brasileira — gesto que foi recebido com aplausos calorosos. A apresentação foi na tenda Metlife, em que o público precisava caminhar entre as ruas do parque para ter acesso.

Aliás, nos anos anteriores, toda a programação do evento ficava concentrada no Auditório Ibirapuera e o gramado ao redor. Este ano, todos que quisessem explorar os outros ambientes, precisavam sair pelo controle de acesso, caminhar por uns 5 minutos e adentrar na outra área de experiência do C6. Todos os acessos eram controlados por catracas que validavam a pulseira cashless.

Na volta ao palco principal, a cantora britânica Cat Burns iniciava a sequência de shows do fim de tarde. Ela entregou uma performance encantadora. Simpática e acolhedora, apresentou músicas inéditas que conquistaram até quem não a conhecia. Sua interação com o público foi natural e afetuosa, criando uma atmosfera íntima, já que ansiava por uma validação do público para a performance das novas músicas. Show de uma hora, com um ar romântico e envolvente. Para quem curtiu o show de Catrina Burns-Temison com uma canga estirada no gramado e uma taça de vinho, valeu muito a pena cada música.

Em seguida, Seu Jorge subiu ao placo com o carisma de sempre e um pouco mais. Em clima de festa, dança e muito swing, ele trouxe a força do samba soul ao palco com um show centrado no seu mais recente álbum Baile a La Baiana. Ele transformou a apresentação em uma verdadeira celebração, com a presença de convidados, incluindo Luedji Luna, que trouxe ainda mais beleza e potência ao espetáculo.

A noite foi encerrada em grande estilo com Nile Rodgers & Chic. O ícone da disco music revisitou clássicos como “Le Freak”, “Good Times”, “Everybody Dance” e “I Want Your Love”. Uma verdadeira viagem no tempo, transformando o Auditório Ibirapuera em uma pista de dança nostálgica e vibrante. Eu diria que um encerramento à altura do festival.

Para os que estavam mais perto do palco e da grade, sentiam a vibração dos vocais e harmonia da banda. Já o publico “do fundão”, pode dançar os mais variados passinhos da época do baile charme. O gramado não atrapalhou em nada, muito pelo contrário.

Senti que a experiência do C6 Fest vai além da música. A estrutura do evento ofereceu espaços de descanso, gastronomia diversificada e ativações de marca bem pensadas.

O lounge principal era convidativo, com cadeiras espreguiçadeiras, bancos amplos e muitas opções de comidas e drinks, tornando possível viver o festival com conforto, sem pressa. Era um ambiente em que dava para descansar entre um show e outro ou simplesmente apreciar a vista do parque enquanto se escutava música ao fundo.

O C6 Fest segue provando que é possível unir excelência musical, diversidade de público e experiência de qualidade em um mesmo evento. Saí do Ibirapuera com a sensação de que a música pode, sim, ser sofisticada mesmo em um festival a céu aberto, e no domingo.

Fotos do domingo – crédito – divulgação

About The Author

Flávia Ferreira

Pós-graduada na USP em relações étnico-raciais, Flávia também é jornalista e dedica suas horas livres para uma boa leitura ou um show contagiante. Ama séries e filmes cheios de diálogos longos. Aqui no Matraca escreve sobre arte, fotografia, indicação de livros, séries e filmes e espetáculos. Embarque nos textos e curte lá no insta @matracacultural @itsflaviaferreira

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