Lançamento: livro analisa o genocídio armênio e suas repercussões no século XXI

A obra “Genocídio Armênio – Histórias e disputas políticas no presente”, do historiador Heitor Loureiro, será lançada em 5 de abril, em São Paulo

O livro “Genocídio Armênio – Histórias e disputas políticas no presente”, do historiador Heitor Loureiro, será lançado no dia 5 de abril (sábado), no Café Território Livre, em São Paulo, a partir das 16h. A obra oferece uma análise profunda sobre o genocídio armênio (1915-1923) e suas repercussões na política e identidade armênia até os dias atuais. O lançamento, pela editora Juruá, conta com apoio da UGAB Brasil (União Geral Armênia de Beneficência), maior instituição armênia sem fins lucrativos no mundo. 

Enquanto o livro era escrito, cerca de 100 mil armênios foram forçados a deixar Artsakh, região também conhecida como Nagorno-Karabakh. O bloqueio do Corredor de Lachin pelo Azerbaijão impediu a chegada de alimentos e suprimentos essenciais, agravando a crise humanitária e resultando em um êxodo em massa. O ex-procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional, Luis Moreno Ocampo, classificou a situação como um genocídio em curso, destacando a fome como uma arma invisível de extermínio. O episódio reacendeu as lembranças do genocídio armênio (1915-1923), perpetrado pelo Império Otomano, reforçando a luta do povo armênio por reconhecimento e justiça.

“O genocídio armênio continua sendo uma ferida aberta na história, além de um tema central em disputas políticas que atravessam os séculos”, afirma Loureiro. Da busca pelo reconhecimento internacional à negação oficial por parte de alguns Estados, da luta por justiça à preservação cultural, o livro traça um panorama amplo sobre o que significa ser armênio no século XXI. Com uma abordagem histórica e política, a obra explora as complexas relações entre Armênia, Azerbaijão e Turquia, mostrando como o passado segue moldando os conflitos atuais no Cáucaso Sul e na diáspora armênia.

Com base em pesquisas acadêmicas, relatos e documentos históricos, o texto investiga como a violência e a negação persistem ao longo do tempo, ao mesmo tempo que busca caminhos para a conciliação e a justiça. A memória, a identidade e a luta por reconhecimento não pertencem apenas ao passado – são forças que moldam o presente e influenciam o futuro de um povo que resiste à tentativa de apagamento.

“Escrever este livro foi um exercício de memória e resistência. Enquanto os armênios continuam sendo perseguidos e deslocados, o reconhecimento do passado se torna um imperativo moral. Essa história não acabou – ela segue viva na luta por justiça, memória e verdade”, completa o autor.

Para a comunidade armênia, a publicação é um marco na preservação da história e na busca por reconhecimento. “Esse livro é uma contribuição valiosa para a nossa memória coletiva. Ele resgata fatos históricos fundamentais e fortalece nossa identidade, reforçando a necessidade de manter viva a luta por justiça”, afirma o Presidente da UGAB Brasil, Avedis Markossian.

Sobre o autor

Heitor Loureiro é graduado em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora, mestre em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutor em História pela Universidade Estadual Paulista, com estágio de doutorado (PDSE-Capes) no Matenadaran – Mesrop Mashtots Research Institute of Ancient Manuscripts, na Armênia. É egresso do Genocide and Human Rights University Program do Zoryan Institute/University of Toronto e foi membro do advisory board da International Association of Genocide Scholars. Atualmente, atua como professor de História e Relações Internacionais.

Serviço
O que: Lançamento do livro “Genocídio Armênio – Histórias e disputas políticas no presente”
Quando: 5 de abril (sábado), das 16h às 19h
Onde: Café Território Livre (R. Martinico Prado, 257 – Higienópolis, São Paulo)

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Antonio Saturnino

Jornalista, atleta frustrado, cantor de karaokê e pai de pets. Ama música e escrever sobre o tema durante anos lhe permitiu conhecer novos cantores e estilos musicais, então vocês verão muita coisa diferente e nova por aqui. Dança no meio da rua, adora cozinhar e estar em conexão com a natureza.

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